"As mais incríveis criações do homem, intrigantemente são aquelas ligadas ao campo da inexistência. Impossível combater aquilo que não existe, pois como provar que uma coisa que não existe, não existe?!"
Acima, trecho de abertura do Romance Soslaio, primeiro trabalho de Rogério Zaos.
Rogério Zaos escreve sobre as dificuldades do homem moderno em traçar um objetivo de vida e executá-lo, e ainda coloca sua real necessidade em jogo. Soslaio é o relato da vida de Lauro Iota, artista plástico que questiona em silêncio; a vida, o tempo e o comportamento da sociedade a sua volta. O romance é existêncialista, com reflexões sobre o homem que não passa de vítima de sua própria e incomensurável imaginação, ao criar todo um cenário em busca de saciar suas necessidades, de obter respostas que não "existem", deixando a real possibilidade do auto-conhecimento em segundo plano.
Perdido num espaço/tempo em que se recusa a aceitar a ideia de destino, os relatos de Lauro Iota advém de acontecimentos anacrônicos, para quem tem somente um olhar periférico da própria existência.
Soslaio é um questionamento do que é realidade e imaginação, razão e sentimento, passado e futuro; numa aparente entropia que provoca vibrações no silêncio da vida.